Falta de Energia no sentido de vibração, de sentir o jogo, o momento, o que a partida estava exigindo.
O jogo já começou com tensão total. Primeiro foi na escalação. Todos sabíamos que a Alemanha tinha um verdadeiro timaço — aquele meio-campo não era só o melhor da Copa, mas um dos melhores do mundo. Enfim. Mas os jogadores do Brasil acreditavam que podiam bater de frente, ir pra cima da Alemanha, como disse o volante Fernandinho segundos antes da bola rolar.
São detalhes que ficaram pra história. Mas as feições diziam muito também antes da bola rolar. Os alemães estavam tranquilos, já sabiam o que vieram determinados a fazer. Parecia que eles já sentiam que não só iriam ganhar, mas atropelar a maior seleção de futebol do mundo.
O jogo começou bom, com o Brasil indo pra cima sem medo e mostrando quem mandava. Afinal, estavam jogando diante da sua torcida — era o povo brasileiro inteiro empurrando os jogadores.
Dois minutos haviam passado e a verdade é que a Alemanha não ficou com a bola por nem 10 segundos. O Brasil estava em cima, pressionando, até que Marcelo recebeu uma bola com chance de mandar pro gol — e foi o que ele fez. Levou perigo com o chute, mas estava um pouco longe, um pouco atrás da grande área e com vários alemães na frente. Então Neuer só acompanhou.
Aos 3 minutos, David Luiz — que estava no seu auge — fez um lançamento muito bom para Hulk. E o Hulk, como sempre forte, conseguiu tocar pra dentro da grande área, onde chegava Bernard. Esse mesmo, o que conquistou a Libertadores com o Galo, o famoso “alegria nas pernas”, como é conhecido pela massa atleticana. Mas o toque do Hulk não saiu tão forte e o goleirão Neuer ficou com ela.
A Alemanha tentava colocar a bola no chão, trocar passes, mas a pressão brasileira era tanta que eles não estavam conseguindo. Isso ainda com apenas 4 minutos de bola rolando.
Mas aí começou. Bastian Schweinsteiger deu as caras no jogo, e a dinâmica mudou ali no meio-campo. Toque pra cá, toque pra lá… Mas para Oscar não faltou energia. Interceptou logo um passe quando percebeu que os alemães estavam começando a jogar seu futebol. E sejamos sinceros: era um futebol digno de um time que tratava muito bem a pelota.
O craque Neymar, infelizmente, havia sido machucado nessa Copa. A falta dele era imensa, sem dúvida.
O Brasil parecia assustado. Ao mesmo tempo em que atacava e ganhava divididas, havia um medo tremendo ao ver os jogadores da Alemanha começando a se soltar — como Khedira, por exemplo. O volante quase marcou, começando uma jogada no meio de campo, virando o jogo para o outro lado e finalizando após um cruzamento. A bola desviou na zaga, mas a Alemanha começava a impor seu jogo — e isso era um sinal ruim.
Aos 7 minutos de jogo, já era visível que o Brasil estava tenso. O meio-campo alemão jogava conforme a dança e percebeu que os brasileiros estavam com medo. Não é mole comparar qualquer jogador com Schweinsteiger ou Toni Kroos — e embora Kroos estivesse ainda bem jovem, já era um craque. Depois, só veio a confirmar isso.
Então é fácil julgar um ou outro jogador brasileiro, mas a verdade é que certas coisas não têm explicação. É futebol. E essa Alemanha foi uma das melhores seleções de todos os tempos. Foi aí que começaram a impor seu futebol.
Começou a falta de energia…..
Aos 10 minutos, Toni Kroos bate escanteio e encontra Thomas Müller sozinho, que empurra pro gol. Alemanha 1, Brasil 0.
A seleção brasileira continuou tentando, indo pra cima, mas estava nitidamente nervosa. Hulk não estava bem na partida, enquanto Oscar e Marcelo tentavam algumas jogadas. Fred e Bernard não conseguiam entrar no jogo. Luiz Gustavo e Fernandinho não tinham domínio sobre o meio.
Então, aos 22 minutos, numa cobrança de lateral, Fernandinho erra um bote, e a bola sobra para Toni Kroos. Ele domina, carrega até a intermediária e toca para Müller, que faz a parede e apenas deixa para Klose bater. Julio Cesar defende, mas a bola volta para ele, e o matador — que viria a se tornar o maior artilheiro das Copas — só empurra pro gol. Alemanha 2, Brasil 0.
Aos 23 minutos, em uma bola atravessada, Toni Kroos pega de primeira. Alemanha 3, Brasil 0.
Foi aí que começou a verdadeira falta de energia da Seleção Brasileira. Os jogadores corriam, mas sem propósito. Não viam como poderiam parar os alemães. Era um verdadeiro bombardeio.
Não é normal uma seleção como a brasileira tomar 3 a 0 aos 23 minutos do primeiro tempo, em uma semifinal de Copa do Mundo. Mas os jogadores em campo pareciam não ter essa dimensão. Ficaram literalmente com falta de energia.
Aos 25 minutos, Fernandinho recebe de costas e não percebe Toni Kroos chegando como um ladrão. Kroos rouba a bola, avança e toca para Khedira, que já dentro da área devolve de primeira para Kroos chegar batendo. Alemanha 4, Brasil 0.
Aos 28, Khedira e Özil tabelam na área, e Khedira bate firme, rasteiro. Alemanha 5, Brasil 0.
Ainda no primeiro tempo, o semblante dos jogadores já entregava tudo. A aflição, o nervosismo, a ausência de controle… era como se a seleção tivesse se perdido em campo. Não havia liderança, não havia reação. A sensação era clara: o Brasil estava sentindo uma falta de energia coletiva, um colapso emocional que afetava cada passe, cada tomada de decisão. Parecia que ninguém conseguia acordar do pesadelo que estava se desenrolando diante dos olhos de milhões.
O desastre já estava feito.
Na volta do segundo tempo, o Brasil voltou com alguns nomes como Paulinho e Ramires, mas não foi o suficiente. E também, Manuel Neuer estava na sua melhor fase — não passava nada.
Então, aos 68 minutos, em uma bola cruzada na grande área, Schürrle chega batendo e faz o sexto gol da Alemanha.
Aos 78 minutos, Schürrle novamente. Ele faz seu segundo gol e o sétimo da Alemanha pra cima do Brasil. Bate forte, no alto, uma bola vertical, sem chance pro Julio César.
Özil ainda teve a chance de fazer o oitavo gol, mas acabou tirando demais do Julio César. Houve até rumores de que os próprios jogadores da Alemanha combinaram entre eles, no intervalo, dentro do vestiário, para tirarem um pouco o pé e não fazerem mais gols no Brasil. Eles respeitavam a nossa seleção e sabiam que estavam causando uma ferida histórica.
Pois é, amigos… São coisas do futebol.
Aos 90 minutos, Oscar recebe uma bola mano a mano com Boateng, parte pra cima, dá um corte pra direita — o zagueirão fica sem reação — e Oscar fica cara a cara com Neuer, batendo firme para fazer o gol de honra da Seleção Brasileira.
Não foi falta de energia no sentido físico, mas sim falta de energia em sentir o jogo, em reconhecer que os alemães eram melhores que os brasileiros naquele momento.
Mas agora é fácil falar, fácil culpar. A verdade é que subestimamos eles — e acabamos tomando um verdadeiro vareio de bola dos alemães, que eram craques demais.
O gol de honra de Oscar deu algum alívio, mas era visível que já não havia reação. Aquele time já estava entregue, consumido por uma falta de energia que não vinha das pernas, mas da alma.
A falta de energia
O futebol é mágico e cruel ao mesmo tempo. Aquele 8 de julho de 2014 será lembrado como o dia em que o Brasil sofreu não só com gols, mas com a falta de energia. Não física, mas emocional. Faltou sentir o jogo, interpretar o momento, reconhecer a força do adversário. Os alemães foram impecáveis, é verdade. Mas o Brasil entrou em campo carregando mais do que uma camisa pesada — carregava a expectativa de um país, a pressão de um título em casa e, no fim, a falta de preparo para um cenário adverso.
Hoje, mais do que lamentar, resta aprender. Porque o futebol, assim como a vida, é feito de grandes momentos. E saber senti-los é o que separa os vencedores dos derrotados.
Barcelona 5 x 0 Real Madri - 29 de novembro de 2010 - Temporada 2010/2011 - Futebol Total do Barcelona...
Difícil a gente lembrar de apenas um jogo histórico — são vários jogos! Com os maiores jogadores que já passaram...
Em dezembro de 2012, um momento inesquecível ficou marcado para sempre na história do meu timão. O Corinthians derrotou o...
Palmeiras é o maior vencedor do Campeonato Brasileiro, com 12 títulos conquistados até o momento. Resumo rápido: Palmeiras: 12 títulos...
Será Que Tem Gol do Corinthians Hoje ? O Corinthians entra em campo nesta quinta-feira, 12 de junho, às 20h,...
Os Jogos da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 promete ser um dos maiores eventos do calendário futebolístico...
Copyright © ReceitaSim - Todos os Direitos Reservados 2024 - 2025